Pensa:Mentos, the freshmaker

O pessoal anda todo maradão. Uns não têm emprego. Outros andam nas escolas a fazer turismo, pensando que isto do desemprego de muitos dos seus pais é uma epidemia que passa com uma vacina.
A malta que vai para os lares porque já ultrapassaram a data de validade são esquecidos e maltratados.
A malta que tem saúde dedica-se a estragá-la com todo o tipo de maluqueiras.
A malta que não tem saúde anda de farmácia em hospital, queixando-se ou pedindo apoios.
Os putos já mandam nos pais porque os pais ficaram traumatizados com a educação que receberam.
Depois há uns malucos, que já não andam na escola mas que se dedicam exclusivamente a gastar o dinheiro dos pais ou a fazer porcaria para ganhar dinheiro.

Por fim, acredito que apareça uma vacina que cure isto tudo, e um dia o HOMEM seja um ser evoluído, como se diz.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Teoricamente exigente e Praticamente preguiçoso

Introdução:

O que separa a teoria da prática, para mim e a estas horas da noite, é o mesmo que separa o corpo da alma. É uma cortina tão ténue ou espessa que às vezes parece que não existe, outras vezes parece que é nela que vivemos duma forma confortável e outras ainda parece que é tão densa que a nossa vida parece uma treva.
Quando Deus me criou à Sua imagem e semelhança deu-me uma série de atributos, alguns deles ser um exigente teórico e um preguiçoso quase desenvencilhado.

Desculpas:

Acredito que uma grande maioria do Mundo seja como eu e viva escondida no Não tenho tempo, ou Ninguém me ajuda, ou O meu feitio é mesmo este, que posso fazer? Acredito também que há gente de força, com os seus altos e baixos, tal como eu, e que consegue ser forte naquilo que sou fraco e consegue ser fraca, penso eu, naquilo que eu sou forte (e às vezes pergunto-me em que raio serei eu forte).

Soluções:

Ter um emprego desgastante ajuda as pessoas a não pensar tanto no que não deve. Eu estudo, é desgastante na medida em que me concentre e diga Trabalha pah! o que nem sempre acontece nos momentos certos. E quando não acontece dou por mim a escrever aqui não sei bem a quem, talvez a mim mesmo daqui a uns anos (quem sabe!!).
Direccionar a cabeça para outras coisas, quando não se tem um emprego desgastante também é uma boa opção. Há praticantes deste desporto que são muito melhores que outros. Considero-me um praticante de nota 10 (de zero a 20).
[chega de soluções parvas..]

Desenvolvimento:

A vontade própria é sem dúvida a única melhor solução para toda esta problematica. A questão prende-se em quando não há vontade própria. Aí há que usar esquemas diversos, como jogar basquete com bolas de sabão ou saltar à corda com fios de azeite. E pergunta-se o estimado ouvinte, Mas que raio faz a alguem o facto de jogar basquete ou saltar a corda com coisas impossiveis? E eu respondo, Desde que isso sejam coisas que queiramos e nos estimulem o ser bom que há em nós, o ser consciente que nos arrasta para a motivação, são o melhor que se pode fazer. Agora há é quem faça outras coisas mais engraçadas.

Exemplos de coisas engraçadas:

Karate;
Musica;
Futebol;
Assaltos;
Bulling;
Trabalho comunitario;
Partir casas de banho;
Passear;
Beber;
Fumar;
Dormir;
Ler;
Ir ao talho;
Fazer bordados.

Comentário aos exemplos:

Há bons e maus exemplos. Há exemplos que são absolutos ou relativos. E não me querendo perder, isto são exemplos que juntam o corpo à alma. E o ouvinte diz Mas assaltar não é de quem tenha uma grande alma... e eu digo Mas meu amigo não somos todos bons no Mundo e a Vida é assim.

Conclusão:

Vou continuar a ser uma pessoa teoricamente exigente e praticamente preguiçosa, ainda que tenha escrito isto tudo duma forma expositivo-conclusiva e que isto me tenha saido, sem duvida, do coraçao. Contudo acredito que nao va ser tanto teoricamente exigente e praticamente preguiçoso e que me porte um pouco melhor.
Fica aqui o repto a mim mesmo.

sábado, 29 de março de 2008

Lisboa é um "mundo anónimo"... não foi assim que começou a conversa mas foi isto que me ficou dela por entre as palavras que não consegui entender devido à sua pronuncia beirã e fortemente arraiana.
"Para quem vem para Lisboa sózinho e não tem um grupo sente-se perdido no mundo. Nas aldeias as pessoas conhecem-se, falam nos cafés, tratam-se pelos nomes. Em Lisboa não: ninguém na rua te vai tratar pelo teu nome, Lisboa é um mundo anónimo. As pessoas não se conhecem."
E a bem ver, em Lisboa as pessoas não se conhecem e nem se querem dar a conhecer. A agitação das ruas esconde as pessoas. Raramente se vê convivio entre os transeuntes e em muitas das vezes são pessoas que não regulam muito bem da cabeça e metem conversa para falar do Benfica.
Ontem na TV, satirizaram o governo, dizendo indirectamente que este poderia mexer em todos os pilares da sociedade: na saude, na educação, na justiça ou mesmo na defesa. Só havia um pilar da sociedade que não poderia ser abalado: o Benfica. E não é que a sátira até faz sentido?

Mas voltando ao meu "amigo" arraiano, ao qual eu acenava manifestamente que sim às coisas que ele falava e eu não percebia, e que misturadas com os ruídos aparatosos de um autocarro em fuga para encontrar a sua última paragem, construiam a nossa conversa.
Esse meu "amigo" (ou conhecido, atendendo ao escasso tempo a que já o tinha conhecido) falava da saudade da sua terra, da sua infancia, das suas histórias, da neve e da alegria que esta traz, e da neve e das tristezas que esta traz.
Falou-me indirectamente entre linhas da pobreza da sua infância e daquilo que o interior português viveu durante anos, e que hoje já não vive porque a agricultura é a arte de empobrecer alegremente; e porque os animais e as culturas sofreram evoluções técnicas tão rápidas que a ligeira corrente de água que passa nos rego não conseguiu acompanhar.
A neve, para quem não a vive uma temporada inteira na pele, é um grande inimigo: "o gado comia os fenos e as forragens guardadas durante 2 e 3 semanas e por vezes as pessoas levavam as mãos à cabeça porque já não havia que comer." Os chãos ficavam cobertos e era impossível às ovelhas, às vacas ou às cabras rapar o que quer que fosse do chão.
Conta o meu avô, que é duma latitude e altitude mais baixas que o arraiano, que o gado descia a serra no inverno e pastava os lameiros e prados do sopé da montanha e que no verão, quando tudo secava nos terrenos que outrora alimentaram o gado serrano, rebanhos enormes romavam à serra repleta de verde, numa fusão de pequenos rebanhos de uma dimensão que não consigo imaginar.

E isto tudo porque? Porque no meio da 2ª Circular, num "Carris" articulado que parece uma bailarina aos pulos, rodeada de gente anónima, distante e presentemente ausente, falar de rebanhos, de serras e de neve faz-me sair daqui e sentir alegria e orgulho da minha identidade.

quinta-feira, 13 de março de 2008

O texto do tempo

Vou desfiando as horas em minutos
os minutos em segundos
e os segundos desfia-os o relogio por mim.
de manha quero que o tempo pare
entro no anfiteatro quero que o tempo corra
sento-me aqui e volto a querer o tempo parado
desde a hora do lanche à hora do jantar
e desde a hora do jantar ate a hora em que finalmente me rendo à força do sono
(e à ternura dos lençois)

no fim destas contas aparvalhadas
saem semanas sérias;
saem com uma cadencia de tiro que faz inveja a G3
e que faz inveja a ak-47 (preparada para tudo)
isto porque o tempo prepara-nos para mais do que tudo.
E agora falo por mim,
e digo que o tempo me prepara para mais que tudo,
que o tempo me vem preparando ao longo da vida para mais que tudo,
e preparar para mais que tudo é preparar para nada tambem,
porque agora nao pode sobrar nada em tempo de coisas por fazer,
nao pode ficar nada por fazer.
Às vezes o espaço da agenda é pequeno demais para receber tudo que eu tenho de receber ao longo de um dia.
E no fim penso Nao podia ter feito muito mais? Nao podia ter sido mais util?

enfim,tempo...
as vezes era bom acalmares os cavalos
ou simplesmente, tempo, tirares os cavalinhos da chuva